Se você é tutor de um pet que já precisou passar pela experiência da internação veterinária em algum momento do tratamento, sabe como a notícia pode ser desesperadora. Afinal, estamos acostumados a ligar a internação a casos graves, complexos e, muitas vezes, como a última alternativa possível. Mas a realidade é bem diferente disso e estamos aqui para te explicar que a internação não é necessariamente um sinal de que a situação é irreversível ou que o diagnóstico é negativo. Na verdade, a internação até mesmo pode ser uma medida preventiva ou uma forma de oferecer o melhor tratamento possível em tempo hábil.
É super compreensível que a ideia de internar seu companheiro de quatro patas seja bem preocupante. Sabemos que a separação pode ser difícil tanto para o pet quanto para o tutor. No entanto, lembre-se de que a equipe veterinária tem como prioridade o bem-estar e a recuperação do seu pet! E você será informado de tudo o tempo todo, além dos horários de visita e, claro, da alegria de quanto puder levar seu peludinho de volta para a casa.
Então para te ajudar nesse processo, caso você esteja em dúvida sobre autorizar ou não a internação, preparamos este conteúdo com os principais pontos que você precisa entender. Quer saber mais sobre internação veterinária e quando é necessário? Então continue lendo até o final!
O que é a internação veterinária e por que alguns pets são submetidos a esse procedimento?
De forma simples e resumida, assim como é para nós, humanos, a internação veterinária é um recurso utilizado para tratar e cuidar de pets que precisam de atenção médica intensiva e contínua (até 24 horas de monitoramento), e que não pode ser efetivamente fornecida em um ambiente domiciliar ou pelos próprios tutores.
Por isso, é necessário que o animalzinho permaneça no hospital ou clínica veterinária por um certo período de tempo, que pode variar de algumas horas a vários dias ou até semanas, dependendo da gravidade e da natureza da condição que está sendo tratada. Ah, e durante a internação, os pets são cuidados por uma equipe de veterinários e técnicos de enfermagem que trabalham em turnos, tudo para garantir que cada animal receba a atenção 24 horas por dia.
É também na internação que o pet receberá a administração de medicamentos, fará exames de acompanhamento, terá alimentação apropriada, e muito carinho e conforto para ajudar no processo de recuperação.
Além disso, a internação oferece acesso a recursos e equipamentos que geralmente não estão disponíveis em uma consulta veterinária convencional. Por exemplo, soro intravenoso, oxigenoterapia, transfusões de sangue e monitoramento intensivo. Entende como a internação pode ser não sinal de um caso grave, mas um meio para que seu amigo se recupere mais rápido?
Entenda quando seu pet pode necessitar de internação veterinária
Acima de tudo, o primeiro ponto a ser observado é que a decisão da internação, especialmente da parte dos tutores, nem sempre é fácil. Por isso, tenha ciência de que, se o veterinário do seu pet sugeriu uma internação, é porque esse possivelmente é o melhor caminho.
Saiba que os veterinários consideram todos os aspectos do estado de saúde do animal, suas necessidades específicas de tratamento e a capacidade do tutor de prover cuidados em casa antes de recomendar a internação. Descartadas todas as opções, então a internação se torna a melhor solução para a recuperação rápida do seu companheiro.
Dentre as principais causas para uma internação, podemos destacar:
Emergências médicas
Situações mais críticas como intoxicações, ataques epilépticos e acidentes que resultam em traumas severos, são exemplos que necessitam de cuidados imediatos e podem resultar na necessidade de internação para estabilização e tratamento.
Doenças graves ou agudas
Condições como insuficiência renal aguda, insuficiência hepática, doenças cardíacas graves, ou infecções sérias podem requerer internação para monitoramento intensivo e tratamento especializado.
Complicações pós-operatórias
Alguns pets podem apresentar complicações após procedimentos cirúrgicos, como infecções, problemas na cicatrização, ou reações adversas à anestesia. A internação é a melhor solução e permite que a equipe veterinária gerencie essas complicações de forma eficaz.
Dor intensa
Algumas doenças ortopédicas ou mesmo câncer são casos em que o pet sofre com muita dor e, por isso, podem necessitar de internação para o tratamento, como a administração de medicamentos “mais fortes” que não podem ser dados em casa.
Diagnóstico de doenças
Em casos onde a condição do peludinho é incerta e exames mais detalhados são solicitados (como tomografias, ressonâncias ou procedimentos invasivos), a internação pode ser necessária para realizar esses procedimentos com segurança.
Cuidados intensivos 24 horas
Dependendo da situação, o pet pode precisar de monitoramento 24 horas e, caso necessário, intervenção médica. Por este motivo, não é recomendado que fique sob os cuidados do tutor, mas sim da equipe médica.
Desidratação severa ou desnutrição
Por fim, os pets que estão gravemente desidratados ou desnutridos podem precisar de internação para receber fluidoterapia intravenosa e nutrição especializada. Nesses casos, a internação é indispensável.
É importante ressaltar que a internação veterinária não é um cenário de “tamanho único”. Cada caso é único, e a decisão pela internação leva em conta uma série de fatores específicos do pet, incluindo sua doença ou condição, idade, histórico médico e a capacidade do tutor de prover cuidados em casa.
Por isso mesmo, a comunicação aberta com seu veterinário é essencial para entender os motivos da internação e como você pode apoiar o processo de recuperação do seu pet.
Quais são os principais sintomas e sinais de que seu pet precisa ser internado
Agir imediatamente em caso de emergência veterinária é o que vai garantir que seu pet seja atendido a tempo e se recupere bem mais rápido. Mas para isso, o tutor deve estar sempre atento e conhecer bem o comportamento do animalzinho. Só assim será capaz de identificar quando algo estiver fora do normal e for necessária uma intervenção.
Ao identificar os primeiros sinais e realizar todos os primeiros socorros (temos um conteúdo sobre isso que você pode ler aqui: Primeiros socorros para cães e gatos: o que todo tutor precisa saber), o tutor deve entrar em contato com o hospital ou clínica veterinária mais próxima (ou de sua confiança e que ofereça atendimento rápido).
- Respiração ofegante, rápida, barulhenta ou esforço para respirar são indicativos de emergência.
- Se o pet ingeriu algo tóxico (bem como veneno para ratos, alimentos perigosos para pets como chocolate) é preciso procurar atendimento veterinário imediatamente.
- Vômitos ou diarreias constantes, especialmente se contêm sangue, podem indicar intoxicação, obstrução intestinal ou doenças graves.
- Uma mudança súbita no nível de energia, desmaios ou incapacidade de se levantar são também alarmantes.
- Choro, agitação, sensibilidade ao toque ou recusa em ser tocado podem indicar dor intensa e precisa de avaliação médica.
- As convulsões podem ser sinal de epilepsia, toxinas ou problemas neurológicos.
- Tentativas frustradas de urinar ou defecar, especialmente se acompanhadas de dor, podem indicar obstrução ou outras condições sérias.
- Feridas com sangramento profuso ou sangramento de qualquer orifício requerem atendimento imediato para controlar a hemorragia e tratar a causa.
- Um abdômen visivelmente inchado ou tentativas de vômito sem nada ser expelido podem ser sinais de torção gástrica, uma condição que requer intervenção cirúrgica imediata.
- Desorientação, andar em círculos, esbarrar em objetos ou agressividade súbita, por exemplo, podem indicar problemas neurológicos, envenenamento ou doenças graves que podem demandar internação veterinária.
Como funciona o processo de internação?
O processo de internação veterinária vai variar de acordo com a urgência e gravidade da condição do pet. Em alguns casos, não há muito tempo para conversa antes do atendimento, porém, caso a internação seja agendada com antecedência, você poderá tirar todas as suas dúvidas com a equipe médica responsável.
O processo de internação veterinária começa com a avaliação inicial do animal, momento em que o veterinário realiza um exame físico detalhado e revisa o histórico médico do pet. Dependendo da condição que está sendo tratada, podem ser solicitados exames complementares, bem como análises de sangue, radiografias, ultrassonografias ou outros procedimentos diagnósticos. Esses exames ajudarão o veterinário e sua equipe a ter não apenas uma compreensão completa da saúde do animal, mas também determinar o melhor tratamento.
Após a avaliação, se a internação for considerada necessária, o veterinário discutirá com o tutor os motivos da internação, o plano de tratamento proposto, os procedimentos que podem ser necessários e a estimativa de tempo de permanência no hospital. Em seguida, são preenchidos os formulários necessários e o animal é preparado para a internação.
Lembrando, claro, que em casos de emergência, isso tudo acontece de forma muito mais rápida!
Durante a internação, o pet é acomodado em um espaço confortável e seguro, adaptado às suas necessidades específicas. A equipe de veterinários e técnicos de enfermagem monitora constantemente o estado de saúde do peludinho, administrando medicamentos, realizando procedimentos necessários e fornecendo cuidados de suporte, como alimentação e hidratação. E em todo o tempo o tutor é informado de qualquer alteração ou procedimento novo que for necessário, por isso, não se preocupe em ficar sem notícias.
À medida que o pet se recupera, a equipe veterinária começa a planejar a alta. Assim sendo, os tutores devem estar muito atentos às discussões sobre cuidados contínuos em casa, medicamentos que precisarão ser administrados, restrições de atividade ou necessidades dietéticas especiais.
O objetivo dessa conversa aberta entre tutor e equipe médica é garantir uma transição suave do hospital para casa. Mas paciência! Antes da alta, ainda é realizada uma avaliação final para assegurar que o animal está estável e pronto para voltar para casa.
Preparando-se para a internação do seu pet
Muitos tutores, ao saber da possibilidade da internação, ficam ansiosos e se sentem inseguros sobre suas decisões. Mas sabemos que uma das formas mais eficazes de vencer a ansiedade é o planejamento. Por isso, separamos algumas dicas de como se preparar para uma internação, de forma que o tutor se sinta mais seguro:
- Tenha um histórico médico do seu pet, bem como vacinações, medicamentos, alergias e condições preexistentes;
- Familiarize-se com o local onde a internação pode ocorrer antes de uma emergência;
- Leve os itens pessoais do pet;
- Estabeleça uma comunicação clara e aberta com a equipe veterinária;
- Faça perguntas, expresse suas preocupações e discuta as expectativas;
- Informe-se sobre a política de visitas do hospital ou clínica;
- Busque apoio de amigos, familiares ou grupos de apoio para proprietários de pets;
- Certifique-se de entender completamente os cuidados de acompanhamento necessários na volta para casa;
- Prepare um espaço tranquilo para quando seu pet voltar;
- Por último, monitore o progresso do seu pet e não hesite em entrar em contato com o veterinário se tiver dúvidas ou preocupações.
E não se esqueça, tutor: mantenha a calma! Os animaizinhos são sensíveis ao estado emocional de seus tutores e, portanto, podem ficar mais ansiosos se perceberem que você está estressado. Então, assuma uma atitude calma e positiva! Pode parecer simples, mas isso ajudará a tranquilizar seu pet durante todo o processo.
Além disso, não fique com dúvidas! Isso só fará com que você imagine cenários negativos ou desenvolva preocupações desnecessárias. Sobretudo, se você estiver em dúvida sobre algum procedimento ou qualquer outra coisa em relação ao tratamento, chame um membro da equipe médica e pergunte de forma clara e objetiva.
Por fim, você deve confiar na equipe veterinária que está cuidando do seu animal!
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